terça-feira, 22 de abril de 2014

Hoje

Sei que sou real, atingível, frágil, leve, e belo como posso ser. Pois sinto o meu coração bater num compasso descompassado que só quem vive pode ter, dançando em meio a sensações e lembranças.
No peito guardo um amor descompromissado com tudo que desperta meu desejo, não irresponsável apenas descompromissado com qualquer certeza de devolutiva ou afago, amo simplesmente pela vontade de amar de me entregar a qualquer sonho que me deixe com frio na barriga que quebre a monotonia dos dias parados.
Doido talvez seja mas os doidos é que são capazes de amar sem medo, ou cobrança quero o simples direito de amar sem me preocupar se o outro também ama, sou assim isso me faz forte pois eu doo o que de melhor tenho e deixo pra quem quiser e pra quem cuidar.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Silencio

Lagrimas de sangue correm de meu rosto, quantas vezes remoo as lembranças de seu corpo deitado em minha cama, fico de olhos fechados lembrando do seu beijo.
Minha pele já não tem as suas marcas, minha carne se rasga de vontade de desejo.
Meu peito bate acelerado querendo de te dar mais palavras, de falar, beber até cair todo o orgulho e ir a sua casa de madrugada gritar para quem quiser ouvir volta, vem pra minha cama mata-me de prazer. No entanto sei que o silencio é tudo que tenho...
O sangue que corre de mim se esvai como um sopro em meio a ventania, não é nada de mais, mas é meu, minha pequena parte que nada tem a acrescentar, saber que tudo que vejo que sai de mim e voa em tua direção não é nada isso dói.
De meus gritos ensurdecedores, dos meus ataques de bobeira de tudo que faço pra chamar tua atenção... tudo que volta é o silencio.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Conexão

Até que ponto estar conectado ao mundo com o uso da tecnologia realmente nos aproxima de alguém?
Hoje é tão fácil conhecer alguém pela internet e fazer amigos em redes sociais, mas quantos desses amigos de face realmente serão pessoas importantes ou melhor quantas você ira lembrar em quanto respirar?
A conectividade criada em meio a sombras do que realmente somos, iniciamos conversas mostrando nosso melhor angulo protegidos por um monitor e redes de cabos óticos que nos permitem ser quase tudo. Somos mais belos, inteligentes compartilhando frases que nem sabemos de quem é, mais fofos colando fotos de coisas que nunca teremos real coragem de fazer, curtindo musicas que nem gostamos tanto para mostrar que temos bom gosto. Nos revoltamos com noticias que nem sabemos se são verdadeiras.
Enfim mergulhamos em algo que desejamos ser, e assim criamos uma conexão com o outro, que faz o mesmo. Nos conectamos criamos um laço cibernético que nos da uma falsa sensação de carinho, criamos imagens de nós para os outros e compramos imagens fragmentadas de pessoas que assim como nós apenas querem tem um reconhecimento um olhar para o que temos de bom.
Saímos de casa nos afastamos de nosso escudo moderno para vivenciar uma outra forma de conexão  baseada em fotos de lugares que queremos mostrar, imprimir na marca eterna dos bites de informação que existimos e somos felizes neste ou naquele lugar, fotos de sorrisos de abraços fraternos que se interrompem para que possamos postar.
Baseamos nossa vida em estar ou não gravado nessa cadeia de informação, e só consideramos que valeu a pena quando o numero de likes seja grande.
Somos seres que necessitam de atenção mesmo que essa atenção seja dada através de uma visualização, um comentário algo mecânico funcional que não demanda esforço da outra parte, simples assim curto isso e você curte o que eu comento e assim temos nossa atenção.
Falando de tudo isso me pergunto qual é a real conexão que quero com as pessoas?
Quem quero ver, quem eu quero que vejam?
Eu quero que me vejam por completo busco uma interação cada vez mais difícil de se encontrar hoje, quero sim conversar por horas com alguém através de meu escudo digital, mas também quero encontrar essa mesma pessoa olhar nos olhos dela, ver que eu e ela estamos despidos das ferramentas digitais e somos pessoas de carne e osso feitos de erros e acertos, defeitos e qualidades.
O que eu quero é lembrar das pessoas pelo que vi nos seus olhos não pelas fotos num monitor, que nossa conexão seja mais forte que toda a informação que despejamos num mundo cibernético que aos poucos começamos a tratar como mundo real... precisamos entender que a realidade ainda é sentar e tomar um café, conversar ouvir a voz e se der vontade sentir a pele do outro. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Poema ou despoema

Amanheceu em meu jardim
Mantive olhar fixo no brilho sem fim.
Levei me por sorrisos delicados
Amei gestos debochados
Lembrei de tudo que passou
Nebrinando a tudo que já se amou
Anoiteceu em meu peito
Unindo tudo a um só sentimento
Negando e assumindo o que quero
Agora só quero viver e ser você

Revolta e beijos

O revoltado nem sempre percebe a sua revolta ele fica preso num mundo de questões que não consegue responder nem entender. A revolta de que me refiro é aquela que não se aplica a um ponto especifico, a um todo que não se consegue explicar se está revoltado e ponto.
Camus da uma ideia bem interessante desta revolta a chamando de revolta meta física por se tratar muito mais de uma revolta pela perspectiva humana do que por algo mais objetivo elevando esta revolta a um questionamento as leis de Deus, mas acredito que ela se aplique muito ao sentimento que nós quatro sentíamos quando começamos a nos reunir em minha casa, não por estarmos revoltados contra Deus, mas por termos em nós uma revolta que não conseguíamos direcionar era algo maior e sem precedente para nossa compreensão.
Como já disse nem sempre consegui entender como a vida funciona, mas quando conheci a Mary algo em mim se apaziguou e quase foi esquecido. Havia substituído a inquietação por não compreender o mundo pelo amor que sentia por ela e quando ela se foi o sentimento voltou de vagar e com força quase não percebi ele chegar.
Juntando isso ao fato que meus outros três companheiros tinham o mesmo sentimento de frustração com o mundo com a vida, veio o inevitável, nossos encontros que passaram de alguns fins de semana passaram a ser diário aja visto que nem aula estávamos tendo por conta da greve.
Com o Lui e a Kim morando comigo agora éramos seis jovens sem nada que nos limitasse e ainda por cima com um combustível extremamente perigoso para a alma, à revolta.
No começo tínhamos na revolta a ideia de contra por os ideais existentes e produzimos e como produzimos.
À noite nos inspirava e dela tiramos muito proveito como no dia que o Lucas levou algumas garrafas de vinho e por lá ficamos bebendo e conversando. E lá pelas tantas o Lui pegou o violão e começamos a compor, eu a Sonia compomos, a Flor nome que demos a esta musica.
Não me fale de flor, nem das cores lindas deste mundo.
Não me fale de amor, de sonhos sem sentido.
Não ande comigo nem segure minha mão,
Nessa estrada sem rumo somos só eu e a imensidão,
Seja sempre um em dois, e que se a tristeza vier que fique pra depois...
Nunca terminamos esta musica e tantas outras que começamos. Foram tempos bons e cheios de devaneios loucos e sensatos, tínhamos nossa sensatez ficasse como que fosse era nossa, sempre nossa.
Nessa noite era lá pelas onze da noite a Kim me pergunta:
- Cara eu não vi você com ninguém até hoje, você é gay?
- Não, só não to a fim de ficar com ninguém por enquanto, eu gosto muito da Mary sabe eu ainda penso muito nela.
- Mas e ai vai ficar sozinho até quando cara? Ela vazou uma hora dessas ela ta lá nos estatis e você aqui se mantendo puro pra ela, que já deixou bem claro que não te quer mais.
- Pior em Marcos, a Kim ta certa mano.- O Eric se metendo na conversa.
- Me deixa quieto cara, to bem assim. Serio não to afim, eu sei que acabou e entendi isso. Não é me manter puro é só...
- É o caramba, vamos sair pra dar uma volta e você vai arrumar alguém pra transar e esquecer a filha da puta.
- Só eu posso chama-la de filha da puta Sonia.
Sorri pra Sonia, percebi que a Kim estava muito acelerada, mas que também estava certa. Entramos nos carros e saímos pela noite de Campo Grande, passamos em alguns bares da cidade e devo admitir eu estava muito fora de forma, levei tanto não aquela noite que nem consegui contar. Quando estava desistindo de levar fora naquela noite resolvemos passar numa festa que estava acontecendo no campus da faculdade.
Chegamos e estava uma bagunça a festa era pra arrecadar fundos para a marcha a favor da liberação da maconha, que merda, foi o que eu pensei. O pessoal saiu pra fumar um pouco do alvo da marcha e eu fiquei por lá tomando minha cerveja, quando eu vejo aquela cabeleira toda esvoaçada dançando no meio das pessoas em frente ao palco improvisado onde um grupo de pessoas que acreditavam tocar musica se apresentavam. Era a Elo o coração deu uma batida mais forte, mas me mantive a distancia. De repente senti um tapa na minha cabeça me virei pra ver quem era.
- Oi, e ai cadê teu amigo o Eric?
- Carla, ele saiu com um pessoal pra fumar um.
- Aquele safado, não o vejo faz uns dias acho que ele me deu um fora.
- Isso você tem que ver com ele.
Começamos a rir e nem notei que a Elo se aproximou de nós.
- Oi, tudo bem Marcos?
- De boa e você?
- Bem, está sozinho ou veio com a esposa hoje?
- Eu to com alguns amigos.
- Deixou a mulher em casa de novo?

- Não, ela me deixou faz um tempo.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

As mulheres que jamais tive...

Das mulheres que jamais tive, guardo lembranças.Guio minhas memorias para ver o que seria quando nossas peles se tocavam, como minhas mãos deslizavam por seus por seus corpos,as sensações de como era intenso e selvagem ou de como era doce e romântico.
Das mulheres que jamais tive lembro com tesão das que vinham pedindo meu corpo com força, tapas, mordidas e arranhões. Entre as que eu não tive existiram as que vinham como um sonho de carinho e afago, sorrisos e beijos doces.
Das mulheres que não tive tenho um pedaço em mim fragmentos de uma noite ou de varias.. de dias de caminhada sentindo o sol, de noites  enluaradas vislumbrando silhuetas de corpos suados em meio as avalanches que são dois corpos tomados de desejo.
As mulheres que não tive...Lembro de algumas seja pelo tesão, de outras pela simples companhia, mulheres loucas apaixonadas, ou apenas mulheres que de alguma forma me despertaram pra algo.
Das muitas mulheres que não tive tenho vontade de algumas reencontrar, outras nem faço questão de lembrar, mas acabo por telas em algum lugar de minha mente e de outras levo o eterno prazer de ter encontrado, aquelas que me despertaram o tesão e o amor as que de alguma forma chegaram mais perto.
Mas sobre tudo o que tenho pra dizer das mulheres que jamais tive é que elas também nunca me tiveram por completo.